Por mais que eu tenha reclamado da cidade na última vez em que estive (faz quase seis meses) já estou com vontade de voltar. E, justamente por isso, resolvi escrever. Paris é assim, uma relação de amor e ódio.
Mas já vou avisando: a proposta do blog não é servir de guia de turismo, mas sim acrescentar às informações disponibilizadas neles.
Também falarei de atrações que, caso você esteja indo pela segunda vez, é obrigação, mas se for a primeira, pode deixar para a próxima – com certeza você vai voltar.

Hotéis
Hotéis em Paris são caros. Essa é a primeira coisa que você precisa saber. A segunda, é que os de padrão boutique têm grande chance de ser uma roubada, a não ser que você possa pagar um Relais Christine ou um L´Hotel.
Se assim mesmo fizer questão de hotéis locais, posso recomendar também o Le Senat. Ele foi todo reformado e é um pouco mais barato que os outros dois.
Estes três hotéis estão em Saint Germain (6eme) e considero o melhor bairro para se hospedar. Diferente de locais como a Place Vendôme, Place de la Concorde ou Avenida Champs Élysée, onde a concentração de turistas é muito maior, em Saint Germain tem um pouco mais do cotidiano parisiense. Não recomendo Montparnasse, e muito menos o norte da cidade.
Endereços e telefones:
Relais Christine: 3, Rue Christine 75006. Telefone: 01 40 51 80 60
L´Hotel: 13, Rue des Beaux-Arts 75006. Telefone: 01 44 41 99 00
Le Senat: 10, Rue de Vaugirard 75006. Telefone: 01 43 54 54 54

Restaurantes
É praticamente impossível comer mal na cidade-luz. Mesmo em restaurantes ¨pega turista¨ as refeições podem ser boas. Mas se você quiser comer muito bem, tenho algumas indicações.
Meu restaurante preferido é o Josephine ¨Chez Dumonet¨. Difícil entender porque não figura na lista dos 10 mais. É um autentico bistrô art-nouveau e serve pratos franceses típicos, como o boeuf bourguignon e a termine da casa (excelente!). Na mesma linha, também recomendo o Bistrô Paul-Bert. Ambos são ótimos para um verdadeiro jantar a la française.
Outro bistrô é o Aux Lyonnais do chef Alain Ducasse, mas como a última vez em que lá estive foi no ano de 2011, não sei se continua tão bom quanto antes. O proprietário do tradicional Le Jules Verne abriu restaurantes mundo afora e se tornou uma marca gastronômica; desconfio.
E finalmente, se você, assim como eu, gosta de um bom steak tartare, recomendo o do Bar de L´Entracte. O local que se chamava Bar des Théâtres mudou de nome e foi todo renovado, mas o prato chefe da casa continua imperdível. Vinho para acompanhar? Peça o Chateauneuf-du-Pape, Les Granières de la Nerthe.

Não posso encerrar sem citar dois restaurantes que fazem parte de minha história com a cidade e, também, oferecem boa comida e excelente localização.
O Paul está na Île de la Cité na Place Dauphine, uma das praças mais bonitas e tranquilas de Paris – apesar de se localizar entre a Pont Neuf e a Igreja de Notre Dame, região onde sempre há uma multidão de viajantes. Peça os mariscos e as batatas fritas. Vá na hora do almoço. Fecha às 15 horas.
Le Taste Vin está na ilha ao lado: a Île de Saint-Louis, onde tudo começou. O edifício que abriga o restaurante é de 1620. São poucas mesas, uma boa carta de vinho e algumas opções de menus com pratos típicos da culinária francesa. Você será servido pela dona do local e seu filho, ambos de uma cortesia para lá de parisiense.
Endereços e telefones:
Bistrô Paul Bert: 18,rue Paul-Bert, 75011. Telefone: 01 43 72 24 01.
Josephine Chez Dumonet: 117 rue du Cherche Midi, 75006. Telefone: 01 45 48 52 40.
Bar de L´Entreacte: 6, avenue Montaigne, 75008. Telefone: 01 80 97 40 03.
Paul: 15, Place Dauphine, 75001. Telefone: 01 43 54 21 48.
Le Tastevin: 46, rue Saint-Louis-en-l’Île 75004. Telefone: 01 43 54 17 31.

Macarons
Todo mundo te dirá para comer macaron na La Durée, eu não! As filas de turistas na porta das lojas são enormes. Não que os doces sejam ruins, mas não acho que vale a pena.
La Grande Epicerie de Paris, além de oferecer deliciosos macarons, também possibilita comprar bons vinhos e outras comidas para ‘importar´. Ou atravessar a rua e ir fazer compras no Le Bon Marché.
A segunda opção é Gerard Mulot, muito frequentada pelos locais, está em três endereços. Gosto da loja de Saint Germain. Ali você vai comer macaron sem se estapear com os outros fregueses para conseguir um lugar ao sol.
Endereços:
La Grande Epicerie: 38, Rue de Sèvres
Gerard Mulot: 76, Rue de Seine (Saint Germain) / 6, Rue du Pas de la Mule (Marais)

Montmartre
Ao invés de subir a pé e depois pegar o funiculaire para visitar a igreja de Sacré Coeur, no alto da colina, vá de ônibus. Existe uma linha pública que circula somente pelo bairro e permite fazer um tour por Montmartre com o bilhete de metrô.
Ou, se preferir, pode voltar para a parte baixa caminhando. Pegue a rua à esquerda da igreja, passe pela praça dos artistas e desça andando pelas vielas de Montmartre, apreciando as paisagens e alguns vinhedos.

Orangerie
A primeira vez em que estive neste museu, antes que fechasse para reforma e reabrisse anos depois, perdi o folego e acho que fiquei mais de uma hora admirando as Nympheas – quadros gigantescos pintados por Monet onde retratou o jardim de sua casa, em Giverny.
De quebra, você também poderá ver pinturas de outros impressionistas como Cézzane, Renoir e Matisse.
Endereço:
Jardins des Tuileries et Carrousel (acesso pela Quai de Tuileries ou Rue de Rivoli)

Rue Mouffetard
Uma das cenas do filme “Julie & Julia” se passa na Rue Mouffetard, uma das ladeiras mais charmosas de Paris. Eu tive o privilégio de passar por ali todos os dias durante alguns meses, pois é ao lado de onde eu morava.
Bares e Bistrôs se misturam à feira de rua onde se vende todo tipo de produtos típicos da culinária francesa. Nos finais de semana o local se transforma em uma festa.
Comece o passeio pela Place de la Contrescarpe (metrô Place Monge) e desça a Rue Mouffetard em direção a Place Saint Médard.
Também recomendo ir caminhando desde Saint Germain, passando pelo Jardin de Luxembourg, Sorbonne e Phanteón. O trajeto dura apenas 10 minutos.

Outros
Paris tem trezentas mil outras coisas para fazer, mas se eu for citar todas aqui, irei escrever mais três paginas (no mínimo) e vocês não irão ler. Não deixe de conhecer o Instituto do Mundo Árabe; tomar chá na mesquita ou no Mariages Frères; andar pelo sena; caminhar pela Faubourg Saint Honoré; sonhar na Place Vendome; conhecer o canal de Saint-Martin; visitar La Defense; ir ao Museu do Rodin ou do Picasso, relaxar na Place des Vosges, passar pela Rue Montergueil e etc, etc etc





Voltei a Paris mais duas vezes depois deste post. Fui ao Aux Lyonnais em uma delas e não foi dos meus preferidos, principalmente porque servem a comida típica da região de Lyon, que não é a minha favorita. Quanto ao Josephine e o Paul Bert desde quando os descobri (faz anos, não estou muito certo se foi em 2007 ou 2009) sempre vou quando visito Paris, e sempre como bem.
Acabei de descobrir que no dia 2 de abril de 2015 o Tastevin fechou. Péssima notícia!